O segundo dia do Encontro de Adolescentes pelo Direito ao Esporte Seguro e Inclusivo deu continuidade à discussão iniciada no dia anterior sobre o legado social e a participação dos adolescentes nos preparativos dos megaeventos esportivos - Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
Pela manhã os adolescentes apresentaram o produto das oficinas do dia anterior, em que através de encenações, música, atividades esportivas e relatos de experiências expuseram os riscos e oportunidades dos megaeventos. Questões como ampliação do diálogo entre gestores e sociedade civil, ampliação da cultura esportiva, controle social sobre os gastos, ampliação de projetos sociais, exploração sexual infantil versus aumento do turismo, infra-estrutura urbana, aumento de espaços de práticas esportivas nas escolas, bairros e praças, acesso ao transporte público e segurança, apareceram como inquietações e demandas dos adolescentes.
A adolescente Fabielle Meneguzzi relatou sua experiência como ex-atleta e das dificuldades de seguir em frente na profissão. “Eu poderia estar lamentando porque por falta de investimento não consegui prosseguir no vôlei, que era a minha vida. Mas hoje se estou aqui, me considero uma vitoriosa, porque posso ser uma porta-voz e lutar pelo direito ao esporte”, disse.
À tarde os jovens retornaram aos subgrupos onde começaram a redigir a carta/manifesto que seria entregue no encerramento do evento às autoridades. Foram apontados os riscos e oportunidades além de proposições concretas.
Com a presença de autoridades do âmbito federal, estadual e municipal - como a representante do Ministério do Esporte, o Secretário Municipal de Esporte e Lazer, o sub-secretário estadual de educação - a representante do UNICEF no Brasil Marie-Pierre Poirier e a embaixadora do UNICEF Daniela Mercury, os 11 adolescentes representando as cidades-sede da Copa do Mundo leram cada um trechos da carta que abordou pontos fundamentais para o legado social dos eventos esportivos para a infância e a adolescência. A variedade de sotaques confirmou a diversidade representada no evento.
A proposta de Rede Nacional de Adolescentes pelo Direito ao Esporte Seguro e Inclusivo foi apresentada e os adolescentes motivados a ampliar a discussão iniciada no encontro em outros âmbitos, de forma que suas reivindicações encontrem coro e força pelo Brasil.
Daniela Mercury encerrou o evento em alto astral cantando junto ao grupo de percussão Fina Batucada.